domingo, 12 de julho de 2015

Diário Sonoro

A quarta experiência do sensível foi muito interessante. Através dela pudemos ouvir sons que já ouvíamos anteriormente, porém não percebíamos.
O primeiro passo para este dispositivo foi a gravação de sons do dia a dia de cada indivíduo e após as curtas gravações deveríamos transcrever tudo o que foi ouvido. Este primeiro momento foi de grande diversidade, alguns trouxeram gravações de locais públicos: ônibus, padarias, restaurantes, praças; outros trouxeram os sons emitidos no interior de suas casas e por fim, ouvimos até os sons emitidos enquanto se faz um simples café. O mais curioso dessa atividade é notar que geralmente cada um escuta um som diferente, ou seja, cada ouvido está educado para ouvir um som diferente. 

A FITA MÉTRICA DO AMOR

Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

Martha Medeiros

FOLHAS AO VENTO

A terceira Experiência do Sensível começou com a proposta de cada indivíduo localizar uma folha qualquer, de planta ou árvore, e observá-la. Após uma minuciosa  observação, todos deveriam descrever sua forma, suas cores, o modo em que ela se articula com as outras, desenhar suas formas, contornos e nervuras, e ainda investigar quais seriam os usos da folha. 
Em outro momento, todos deveriam observar como a folha se movimenta ao vento e imitá-la. Ao final um grande balé de folhas ao vento é formado. 


Quando fui folha

E assim eu me senti leve como o vento
Suave pensamento
Naveguei na beleza do meu encantamento
Transbordei paz a todo o momento
Não posso negar
Fiquei fascinada com aqueles movimentos




As folhas secas vão caindo
Eu posso ver pela janela
Ganharam um mundo colorido
E a natureza se revela
Vão enfeitar o seu caminho
Quando passar agora à tarde
Quero te ver andar sorrindo
Com toda naturalidade

(Folhas Secas- MASKAVO)

sábado, 11 de julho de 2015

AS ÁGUAS

Na segunda Experiência do Sensível, agora sobre águas, cada aluno recolheu em uma garrafa transparente determinada quantidade de água de um local pessoalmente importante para ele. Em seguida, deveria descobrir de onde aquela água vem, por onde ela vai, quem a habita e a quem ela traz vida. Durante alguns minutos todos apresentaram sua água e sua história. 

Após as apresentações, desenhamos bacias hidrográficas e outros tipos de representações, para mostrar a localização das águas e todo o meio que ela está inserida, incluindo animais, pessoas, vegetais etc. 

Minha experiência: a água que escolhi é do riacho gravatá, retirada no Parque Gravatá, localizado em Eunápolis, município em que resido. Escolhi esta água, pois ao meu ver é muito importante para a cidade e traz à tona várias questões. A primeira questão que destaco é a poluição. Infelizmente, em vários pontos do riacho, que corta a cidade em forma de um grande córrego, encontramos muita poluição. Muito lixo é depositado na água. Outra questão é o alagamento que acontece em tempos de muita chuva na cidade, o córrego costuma transbordar e a prefeitura municipal há anos deixa esse problema de lado. Por fim, algo positivo: em umas das regiões que o córrego passa, foi criado um parque ecológico conhecido como Parque Ecológico Gravatá, o qual recentemente foi revitalizado pela secretária de Meio ambiente da cidade, com o auxílio de uma equipe de estudantes de Meio Ambiente do IFBA- Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia. 

Conclusões: a partir da experiência pudemos perceber particularidades de águas que estão tão presentes em nossas vidas, por exemplo a água que bebemos e a água da torneira das nossas casas, ambas quase nunca sabemos de onde vem e para onde vai. Assim, foi uma experiência sensível de muito conhecimento. 

PARQUE ECOLÓGICO GRAVATÁ- EUNÁPOLIS. (FOTO RADAR 64)
MAPA DA NOSSA ÁGUA




Desvendando a chama

►Ensaio sobre o livro A chama de uma vela- Gaston Barchelard.

“Agora que nos tornamos sensíveis aos dramas da pequena luz, com uma imagem exagerada, podemos escapar dos privilégios das imagens imperativamente visuais. Sonhando, solitário e ocioso, diante da vela, sabe-se logo que essa vida que brilha é também uma vida que fala..” (BARCHELARD, Gaston. – A chama de uma vela)

A simples e ao mesmo tempo tão complexa chama de uma vela é capaz de ativar as fantasias da memória, a poética da intimidade, instigar a imaginação e meditação, sendo assim uma valiosa experiência dos sentidos, onde cada detalhe instiga uma percepção e sensação diferente, de modo a tocar e alcançar a sensibilidade do sonhador, observador, indivíduo.

A chama se torna um verdadeiro mundo de fantasias e ideias íntimas e individuais, as quais ao mesmo tempo são capazes de englobar todo um mundo. Esse tal fogo que se forma a partir da vela acentua o prazer de ver algo além do que é sempre visto. Isto é puramente uma experiência do sensível. Pode-se dizer que é muito mais do que simplesmente olhar, é ver.

O ato de verdadeiramente VER possibilita a existência de percepções sobre aquilo que está oculto e vai muito além do ato de fixar os olhos em alguma coisa ou situação. O ato de ver faz com que seja estabelecida uma relação de conhecimento por meio do sentido da visão, o qual irá relacionar determinada imagem a conhecimentos prévios. Mas será que é possível olhar sem ver? A resposta é simples e direta: sim. Atualmente, as pessoas estão atarefadas, ocupadas, com diversas situações acontecendo ao mesmo tempo e, neste cenário, muitas coisas passam despercebidas ao olhar dos indivíduos, principalmente as pequenas. O vento que sopra e balança as folhas das árvores, a onda que vem e volta para o mar, o sorriso depois de um beijo, o olhar aflito de uma pessoa que sofre... Estes são exemplos de situações que deixam de ser realmente vistas por falta de sensibilidade de quem está olhando, isto acontece muitas vezes pela correria do dia a dia e pela simples falta de tempo.

É preciso educar os olhos e estar sensivelmente preparado para sentir e perceber pequenos detalhes que nos levam a um mundo cheio de fantasias e mistérios interiores. E é isto que tanto a chama de uma vela, como outras experiências do sensível buscam despertar.

A COR DA TERRA

Bom, esta foi a primeira Experiência do Sensível e vou traduzi-la em alguns pequenos passos:
  • Primeiro passo: recolher uma amostra de terra de algum  lugar que lhe seja pessoalmente importante;
  • Segundo passo: expressar, a partir de um texto, o que é essa terra para você;
  • Terceiro passo: contar a história de algum acontecimento que a terra foi testemunha;

Após todos os alunos concluírem os três primeiros passos, é hora de imaginar a cor de cada terra e separá-las de acordo com sua coloração. 
Com todas as terras separadas (da mais clara a mais escura, da mais colorida a mais cinzenta, as laranjas, as amarelas, etc.) é hora de unificá-las em apenas um recipiente e pronto, as terras poderão ser observadas e admiradas.   

Percepções pessoais da experiência: A meu ver essa aula foi muito importante e o que inicialmente me parecia ser bobo, resultou em algo simbólico para toda turma. Pequenas amostras de terra apareceram no final como representantes das nossas histórias e sentimentos.  
Observei que durante a aula conseguimos nos sensibilizar bastante com cada história contada. Me senti uma pessoa melhor e mais capaz de interagir com o outro e com o mundo ao meu redor. Enquanto colegas falavam eu me via na história contada, foi algo muito significante para mim e talvez por isso cheguei a me emocionar algumas vezes.
Por fim não poderia deixar de falar sobre o sentimento de pertencimento que cada um aparentou ter com sua terra, sem dúvidas foi algo muito marcante e que estava visível na fala e no gestos dos indivíduos. 



Nossas terras juntasemisturadas =)


Introdução

Bom, sou Nathália Corona Andrade, tenho 18 anos e escolhi o Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, pois futuramente quero me graduar em Direito.

A Experiência do Sensível é um CC- Componente Curricular que visa atiçar e desenvolver nos indivíduos um modo muito mais sensível de perceber as pessoas e o mundo em geral. Assim, este blog foi criado para compartilhar experiências vividas e conhecimentos adquiridos a partir do CC em questão durante todo o quadrimestre.

Gostaria de ressaltar algumas questões:
  • Este é meu primeiro blog, logo destaco que ainda estou desenvolvendo habilidades para mexer aqui.
  • Nos próximos posts vocês entenderam melhor como funciona a Experiência do Sensível.
Enfim, inicialmente é isso! Aguardem o próximo post hahaha =)